domingo, 22 de junho de 2014

Coragem: acredite em você!

by Márcia De Lucena Saraceni

A palavra Fé e Acreditar têm algo em comum: a Confiança. Segundo o dicionário Michaelis, a palavra acreditar (a +crédito + ar) tem o significado de crer, ter como verdadeiro, ter confiança. Já a palavra Fé, também significa confiança. Assim podemos supor que, quem tem fé, acredita e confia ou quem acredita, tem fé e confia. Quem já ouviu a frase: “a fé remove montanhas” ou a letra de uma música que fala “quem acredita, sempre alcança” sabe da força que estas palavras carregam em si…
A Fé e o Acreditar podem ter a força de nos impulsionar frente a algum desejo, sonho ou objetivo e o seu contrário tem o poder de nos levar a milhares de quilômetros longe de nossos sonhos e objetivos, pois o antônimo de acreditar é desacreditar e da fé é a descrença.
Quando, em nossas vidas, colocamos a Fé e o Acreditar como forças fora de nós mesmos, ou seja, em amuletos ou pessoas, corremos sérios riscos de desabarmos quando estes não estão por perto. O conto abaixo traz uma excelente reflexão sobre este assunto.
A Espada Mágica
“Existe uma história muito, muito antiga, do tempo dos cavaleiros em brilhantes armaduras, sobre um jovem comum que estava com muito medo de testar sua habilidade com as armas, no torneio local.
Certo dia, seus amigos quiseram pregar-lhe uma peça e lhe deram de presente uma espada, dizendo que tinha um poder mágico muito antigo. O homem que a empunhasse jamais seria derrotado em seu combate.
Para surpresa deles, o jovem correu para o torneio e pôs em uso o presente, ganhando todos os embates. Ninguém jamais vira tanta velocidade e ousadia na espada.A cada torneio, a notícia de sua maestria se espalhava, e não tardou a ser ovacionado como o primeiro cavaleiro do reino.Por fim, achando que não faria mal nenhum, um dos seus amigos revelou a brincadeira, confessando que o instrumento não tinha nada de mágico, era só uma espada comum.Imediatamente o jovem cavaleiro foi dominado pelo terror.De pé na extremidade da área de combate, as pernas tremeram, a respiração ficou presa na garganta e os dedos perderam a força.Incapaz de continuar acreditando na espada, ele já não acreditava mais em si mesmo.E nunca mais competiu.”
Acreditem em vocês sempre, esbanjem alegria, coragem, digam a si mesmos o quanto são capazes, mesmo que as circunstâncias estejam contra, pois elas funcionam exatamente como a mola que precisamos para seguir em frente e enfrentar a vida.
Márcia de Lucena Saraceni

Pensar no coletivo e agir no individual

Todos nós desejamos uma sociedade melhor, sem violência, sem discriminação, com mais justiça… E falamos sobre estas questões como se a solução estivesse muito distante, nos governantes, nas escolas, no vizinho… Mas, qual a parte que nos cabe nesta tarefa? A mudança pode começar em pequenas ações individuais, impulsionando uma mudança coletiva.
O texto de hoje, escrito por Geraldo Eustáquio de Souza, fala sobre estas questões tão antigas e ao mesmo tempo tão atuais.
“Alguns dos grandes problemas que a humanidade enfrenta neste avançadíssimo século XXI ainda são os mesmos que enfrentava no século X, no auge daquela atrasadíssima Idade Média. E se a gente olhar direito, vai acabar descobrindo que os grandes problemas de hoje ainda são os mesmos do século 20… Antes de Cristo!
Olhando a história recente da civilização, a gente conclui que, nos últimos 50 anos, a humanidade mexeu em tudo e não mudou praticamente nada. Vejamos:
1 – Continuamos a nos matar uns aos outros, exatamente como fazíamos há dez mil anos. Só que, em vez de paus e pedras, agora usamos armamentos ultra-mais-do-que sofisticados;
2 – Embora os governantes procurem apresentar-se sempre como modernos e progressistas, nossos sistemas de governo ainda são antigos e conservadores. O discurso é sempre de participação democrática mas, na prática, o que vale mesmo é a antiquíssima regra onde “manda quem pode e obedece quem tem juízo”…
3 – Ao contrário da política, a ciência evoluiu incrivelmente, ao ponto de conseguir decifrar o próprio código da vida. Mas nem por isso tornou-se capaz de nos proporcionar uma vida mais justa e solidária, com alimento, saúde e segurança para todos os habitantes deste planeta.
4 – Podemos falar instantaneamente com alguém distante de nós muitas horas de jato.Entretanto, no nosso dia-a-dia, ainda é complicadíssimo manter um diálogo aberto e produtivo com o nosso próprio vizinho do lado.
5 – Em vez de cuidar da casa e das crianças, as mulheres conquistaram o direito de trabalhar fora, até então privilégio exclusivo do homem. Mas o homem, por conveniência, resiste em assumir tarefas do lar que ainda considera “serviço de mulher”. Por causa disso, a maioria das mulheres que trabalham fora cumprem jornada de trabalho de quatro expedientes diários, sendo dois em casa – um, antes de saírem pela manhã e o outro depois de retornarem do trabalho, ao final do dia.
6 – A escravidão acabou, mas multidões de pessoas permanecem escravas de trabalhos forçados, que realizam sem nenhum entusiasmo, apenas em razão da própria sobrevivência ou, pior, pela compulsão de atenderem irrefreáveis estímulos para o consumo, permanentemente criados e mantidos por uma mídia onipresente na vida de todos nós.
7 – Para agravar o quadro, além de velhos “problemas de estimação” herdados do passado, novas e gravíssimas questões de “vida ou morte” estão aí, exigindo soluções de curtíssimo prazo, como o esgotamento dos recursos naturais, a poluição do meio-ambiente e o aquecimento global.
Porém o problema mais arraigado e mais difícil de ser solucionado, tanto hoje como em todas as épocas, continua sendo a aceitação da diversidade em lugar da uniformidade:
- A aprovação social da pluralidade de idéias e comportamentos em lugar do respeito cego e monótono a dogmas e tabus completamente velhos e ultrapassados, que não fazem mais nenhum sentido;
- A prática da tolerância e do respeito às diferenças individuais, em vez da repressão e marginalização dos que não se enquadram aos padrões de conduta determinados unilateralmente pela sociedade;
- A liberdade de expressão em vez da discriminação e exclusão de pessoas em função da cor de sua pele, da sua nacionalidade, idade, sexo, gênero e/ou preferência sexual, da sua ideologia política, crença religiosa, nível de renda, escolaridade ou classe social. 
O século XXI possui, em tese, as melhores condições de toda a história da humanidade para estarmos vivendo no melhor de todos os mundos. Entretanto, como coletividade, continuamos a viver no inferno de sempre. O que era pra ser o século do prazer e da celebração, tem sido apenas motivo de luto e dor. O que era pra ser o século da libertação e da inteligência, muito sutilmente tem trazido de volta a tirania da ignorância, das doutrinas fundamentalistas de toda espécie, da censura, da intolerância, do totalitarismo e seus mecanismos clássicos de tortura e repressão.
Os responsáveis por esse atraso de idéias e pela ausência de ações de mudança somos nós mesmos. Em termos coletivos,  ainda estamos muito longe de atingir um grau de crescimento pessoal suficientemente sólido e estável, que nos habilite a voar mais alto, mantendo os pés firmes no chão. Na falta desse amadurecimento pessoal e social, ou voamos sem base segura – e acabamos nos esborrachando no chão – ou permanecemos parados no mesmo lugar, completamente imobilizados por um pavor crônico de enfrentar as mudanças necessárias.
Estou convicto de que, tanto a solução dos nossos velhos problemas sociais quanto o sonhado progresso coletivo que todos desejamos alcançar só pode ser obtido mediante pequenos avanços individuais de cada um de nós, membros da grande família humana.
Desenvolvimento Social só acontece a partir do esforço pessoal de cada um para realizar o seu próprio Desenvolvimento Pessoal.”
Pense nisso!
Márcia de Lucena Saraceni